Como fazer a gestão de SST em tempos de mudanças?


Em um cenário de incertezas com a pandemia da COVID-19, a gestão de segurança e saúde do trabalho demanda atualização, inovação e agilidade A área de Segurança e Saúde no Trabalho precisou se adaptar rapidamente aos desafios trazidos pela pandemia da COVID-19. Para muitas empresas, a gestão das mudanças foi impactada, principalmente, pelo teletrabalho. A modalidade, que já estava regulamentada desde a reforma trabalhista em 2017, tornou-se o caminho mais viável para manter as atividades sem comprometer a saúde dos trabalhadores. Muitas indústrias não estavam preparadas, já que nem todas as ocupações adaptam-se facilmente ao teletrabalho. “A Saúde Ocupacional teve que, além de entender a pandemia e suas consequências na população e ambiente de trabalho, buscar informações para cuidar e orientar os trabalhadores e seus familiares, seja no ambiente industrial ou nos novos modelos de trabalho – por exemplo o home office e teletrabalho – não tão comuns para colaboradores da indústria”, analisa Rosangela Fricke, gerente executiva de Segurança e Saúde para a Indústria do Sistema Fiep.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), há 8,7 milhões de trabalhadores exercendo funções remotamente. A estimativa do instituto era de que 20 milhões de pessoas estariam em home office. Com a flexibilização do isolamento e novas regras de ocupação de espaços, foi preciso, mais uma vez, adaptar as regras em pouco tempo. “Adaptabilidade passa por alguns pontos como necessidade de inovar, resolver problemas, pensar fora da caixa e fazer diferente, sair da rotina e buscar aprender sempre. A gestão de segurança e saúde ocupacional deve concentrar seus esforços nisso”, complementa a gerente.
Olhar amplo sobre saúde ocupacional
O home office tem desafiado trabalhadores e gestores de SST. Temas como infraestrutura de trabalho e ergonomia ganharam outro olhar: como garantir que as pessoas estão exercendo as atividades sem prejuízos à saúde? Por meio do Sesi, o Sistema Fiep atua em várias frentes, com treinamentos, consultorias, cartilhas com orientações e atendimento legal e de cuidados com a Saúde e Segurança dos Trabalhadores. A instituição também criou um canal de Apoio à Saúde Mental – pelo celular, os colaboradores podem tirar dúvidas e compartilhar dificuldades emocionais durante o período da pandemia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que a depressão ocupa o topo da lista de doenças incapacitantes em todo o mundo, quadro que pode se agravar em tempos de mudanças.
O trabalho presencial, por sua vez, também passa por revisões constantes neste momento – as regras podem mudar de um dia para o outro a partir dos dados epidemiológicos. A gerente executiva de Segurança e Saúde para a Indústria conta que a tecnologia é uma grande aliada para os gestores. “As inovações na área de saúde e segurança nos trouxeram possibilidades que antes não eram permitidas ou pensadas. É necessário adaptar os modelos de trabalho e as medidas de controles, adequar os procedimentos e processos das empresas e lançar mão de todas as tecnologias relacionadas ao monitoramento da população da indústria. Assim, identificamos áreas de risco para definir melhores estratégias de cuidado e prevenção da saúde”, diz. Para apoiar a retomada, o Sistema Fiep criou o Programa Sesi de Orientação e Prevenção à COVID-19, uma série de ações que incluem instruções sobre legislação e a testagem em massa dos trabalhadores.
Atualização constante
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas sinalizou que 30% das empresas brasileiras pretendem manter pessoas em regime de teletrabalho mesmo após a pandemia. Para o setor industrial, esse índice deve ser menor – a produção depende de pessoas trabalhando nas plantas fabris. A gestão de SST depende, portanto, do entendimento do novo, de inovar em processos e lançar mão das tecnologias disponíveis, do conhecimento da legislação e das boas práticas no ambiente ocupacional. O entendimento sobre as regras para trabalho a partir dos decretos governamentais é somado à análise do cenário de cada negócio. “A gestão em tempos de mudança precisa ter eficiência para olhar os contextos de risco e as atualizações disponíveis para as medidas de controle e gestão. Não observar esses pontos pode trazer danos impactantes para os trabalhadores e para a saúde financeira e sustentabilidade dos negócios”, conclui Rosangela.
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By Paraná Já

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