Após ocupação, Justiça determina que famílias deixem condomínio interditado, em Foz do Iguaçu


Caixa Econômica Federal pediu reintegração de posse à Justiça; ex-moradores do prédio disseram que vão cumprir intimação, mas não sairão da rua do condomínio. Famílias ocupam condomínio interditado
A Justiça determinou que as mais de 70 famílias, que ocuparam o Condomínio Duque de Caxias, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, deixem os prédios interditados até às 10h de terça-feira (18).
Os ex-moradores ocuparam o condomínio na noite de sexta-feira (14) para protestarem contra a Caixa Econômica Federal. O banco paga um aluguel social às famílias há mais de um ano, após interdição do local por risco de desabamento, e comunicou que o benefício seria suspenso aos que não aceitassem morar no Residencial Angatuba, no Bairro Três Lagoas.
A desocupação foi determinada após a Caixa conseguir, na Justiça Federal, a reintegração de posse do local. A síndica do condomínio, Eliana da Silva, recebeu a intimação e afirmou que as famílias cumprirão a ordem de deixar os apartamentos.
“A gente vai sair numa boa. Só que nós não vamos sair daqui da frente. A rua é pública. A gente não vai atrapalhar o trânsito, mas a gente vai ficar acampado aqui.”
Ex-moradores devem desocupar condomínio interditado após decisão da Justiça, em Foz do Iguaçu
RPC/Reprodução
O grupo de moradores alegou que tem direito a entrar nos apartamentos porque, segundo eles, ainda são os donos.
“A Caixa tem que partir do principio de quem cometeu o erro ali foi ela e não os moradores. Os moradores não vão pagar essa conta. A Caixa tem que respeitar essa condição, reconhecer o erro e se quiser dialogar e tentar chegar a uma medida conciliatória justa, nós estamos abertos a essa discussão”, explicou o advogado de defesa das famílias, Wilson Adré Neres.
A ocupação ocorreu após o banco enviar um comunicado para que os proprietários fossem morar no Residencial Angatuba, outro condomínio popular, que fica a 10 quilômetros de distância do que moravam. Mas muita gente reclamou da localização.
“A maioria dos moradores não aceita porque é longe. Eles já tem a vida colocada aqui, né!? Criou um vínculo. É tudo mais próximo”, disse a síndica.
Algumas famílias aceitaram o acordo para mudar de condomínio, mas outras pediram a demolição da estrutura e a construção de novos blocos no mesmo lugar, o que foi negado pela Justiça.
“Estou pagando certinho. Está tudo em ordem, pagamento do condomínio. Então é um direito nosso, porque a gente não ganhou isso aí. O governo colocou a gente aí, mas nós estamos pagando”, contou a dona de casa Anamin Maier Ferreira.
Local foi interditado pela Defesa Civil em fevereiro de 2019 por risco de desabamento, em Foz do Iguaçu
William Brisida/RPC
O caso
O conjunto conta com 17 blocos, com 136 apartamentos, e foi entregue aos moradores em outubro de 2012, segundo a Caixa. O investimento pela obra foi de R$ 6 milhões.
De acordo com a administração municipal, após a retirada dos moradores, no dia 28 de fevereiro de 2019, os blocos seriam demolidos no dia 1º de março do mesmo ano.
Entretanto, à época, o responsável pela obra solicitou uma nova vistoria para provar que o prédio não corria riscos de desabamento. Por isso, em abril de 2019, a Justiça determinou que a Caixa não demolisse os prédios do conjunto popular.
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By Victoria Poletti

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