Aproximação com Centrão aumenta governabilidade de Bolsonaro e traz ‘mais calma’ ao Brasil, avalia Kassab

O ex-ministro Gilberto Kassab acredita que a mudança de postura de Jair Bolsonaro trará maior governabilidade ao presidente e “mais calma” para o Brasil. O ex-prefeito de São Paulo, em entrevista à Jovem Pan nesta segunda-feira, 17, definiu como “feliz” a aproximação presidencial com partidos de Centro e analisou os impactos da mudança. “A partir do momento que o presidente começou uma relação com o Centro, isso está consolidando sua governabilidade. A mudança de postura dele, mais serena agora, tem ajudado muito na consolidação desse projeto, o que vai ajudar a dar mais calma para o Brasil, para os investidores e para retomar econômica”, afirma.

Para o presidente nacional do Partido Social Democrático (PSD), “é muito importante a governabilidade e a estabilidade econômica”, defendo que para manutenção da “boa imagem do Brasil” o presidente não deve ultrapassar o teto de gastos, postura também defendida pelo ministro da economia Paulo Guedes e por parlamentares. “Não podemos perder a boa imagem que Brasil conquistou da estabilidade da economia e de crescimento com consistência. Esse é o grande desafio do governo. Então, como economista, eu defendo que não ultrapassemos o teto de gastos, mas é evidente que devemos saber conciliar a política do teto com os recursos para que possamos retomar o crescimento econômico e social, principalmente com a geração de empregos”, reforça.

Kassab ressalta que o PSD se insere como um partido de “Centro”, adotando uma postura independente e nega apoio a política do “toma lá, dá cá”, ou seja, da troca de apoio político por cargos. Ele ressalta, novamente, que o principal objetivo do presidente deve ser manter a governabilidade e defende que indicações aos cargos sejam baseadas em princípios técnicos e na meritocracia. “É condenável a má política, mas não é condenável uma aliança política feita com base em projetos construídos juntos. Portanto, o que a opinião pública condena é a política do loteamento e da distribuição de cargos sem critério. É possível estruturar uma equipe com partidos aliados, desde que esses cargos estejam baseados em aspectos técnicos. Imagino, pelo discurso do presidente, que tem sido e será essa lógica na ação em conjunto com os partidos”, ressalta o ex-ministro, entendendo que para as eleições para a presidência da Câmara e do Senado devem ser eleitos candidatos alinhados com a nova postura do presidente.

“Acredito que o presidente com a sua nova postura, com um discurso conciliatório e com o diálogo que estabeleceu, tem total condições de ter dois presidentes que serão aliados com a proposta do governo. Acredito que ele está muito próximo de ter uma maioria compromissada com essa governabilidade”, afirma. Mesmo com maior apoio ao governo, Gilberto Kassab garante que, para as eleições de 2022, o PSD terá candidatura própria para presidente. Os senadores Otto Alencar e Antonio Anastasia, assim como os deputados André de Paula e Fábio Trad, estão entre os nomes possíveis para a disputa presidencial pelo partido.

By Victoria Poletti

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