Sem poder ir às aulas, a estudante Olívia Naves sofre para manter a rotina de estudos. A incerteza sobre a manutenção das datas do Enem e até dos principais vestibulares aumenta a ansiedade e dificulta a concentração nos livros. Para ela, que vai tentar uma vaga no curso de Medicina, o momento exige paciência.
“Esperar das instituições que organizam os vestibulares que elas sejam coerentes com esse ano atípico. Justas não só com alunos, como eu, que tiveram o privilégio de continuar as aulas, mas também com aqueles que com a perda das aulas presenciais acabaram perdendo as ferramentas de aprendizado.”
Entretanto, apesar da pressão do Congresso por um adiamento, por enquanto o Exame Nacional do Ensino Médio está mantido.
Dois dos principais vestibulares do país, Fuvest e Unicamp também estão confirmados, mas os organizadores não descartam mudar o calendário se a pandemia persistir.
O professor de geografia, Érico Candido, afirma que o eventual adiamento prejudica, sobretudo, quem está vem se preparando a mais tempo. “Então isso acaba adiando, ainda mais, o sonho da universidade. Especialmente porque tem instituições que estão redefinindo seus calendários. Isso pode impactar, até mesmo, a oferta de vagas nas universidades.”
O coordenador do ensino médio de uma rede de colégios no Rio de Janeiro, Pedro Rocha, diz que o papel dos professores é ainda mais importante agora. “Funcionando como verdadeiros tutores para os alunos, criando planos de estudos e direcionando para os assuntos importantes.”
Assim como a Olivia, o estudante Guilherme Waack também quer estudar medicina e diz que o jeito é não desanimar. “É importante demais a motivação manter a mesma, porque o objetivo não deixa de existir, a prova não vai deixar de existir. Então a motivação tem que manter a mesma o tempo todo.”
Mais 3 milhões de estudantes já se inscreveram no Enem deste ano. As inscrições para os vestibulares da Unicamp e Fuvest e Unicamp começam em 31 de julho e 10 de agosto.
*Com informações da repórter Leticia Santini