O ex-diretor financeiro de uma empresa de importação e exportação de madeira foi preso preventivamente em Curitiba suspeito de ser o chefe de um esquema que desviou mais de R$ 10 milhões nos últimos dois anos. O homem de 40 anos foi detido dentro da própria residência no sábado (15), horas antes de viajar, após ser denunciado pela madeireira. Além dele, a esposa, cunhada e sogra também foram detidas temporariamente por serem apontadas como cúmplices nos crimes.
“Ele ia viajar às 15h para Londres, na Inglaterra, via Doha [no Catar] e prendemos ele pela manhã”, conta o delegado Emmanoel David ao Paraná Portal.
Além das prisões, a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão. Nas residências dos envolvidos foram encontrados:
- relógios de luxo, avaliados em R$ 2 milhões;
- 70 bolsas de grife, estimadas em R$ 2 milhões;
- um carro BMW, que vale cerca de R$ 500 mil;
- notas de dólares e libras equivalentes a R$ 185 mil;
Todos os envolvidos devem responder pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato, falsificação de documento e uso de documento falso.
EMPRESA INVESTIGOU O PRÓPRIO DIRETOR FINANCEIRO, DIZ DELEGADO
Segundo o delegado Emmanoel David, a própria empresa apurou os supostos desvios antes de procurar a polícia. O então diretor financeiro tinha rendimentos de R$ 15 mil mensais e passou a ter sido alvo das suspeitas em 2018, quatro anos depois de ter entrado na empresa.
“A empresa fez uma auditoria e levantou que, possivelmente desde 2018, esse funcionário que trabalhava no setor financeiro estava fazendo desvios. Eles trouxeram uma parte dessa auditoria e fizemos uma investigação de algumas semanas. Conseguimos demonstrar que ele estaria fazendo esses desvios”, relata o delegado.
O esquema do funcionário envolvida a emissão de diversas notas fiscais “frias”, e o pagamento era depositado em sua conta bancária. Além disso, o homem também está sendo investigado por realizar pagamento da fatura de cartão de crédito pessoal com dinheiro da empresa.
“Os valores são altos, assim como os desvios. A gente pediu bloqueio judicial de todas as contas, mas acabamos encontrando uma boa quantidade de produtos e bens que ele teria comprado” finaliza o delegado Emmanoel David.