A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que Carlos Alberto Decotelli não foi pesquisador nem professor efetivo da instituição, negando mais uma informação presente no currículo do indicado ao comando do Ministério da Educação.
“O Prof. Decotelli cursou mestrado na FGV, concluído em 2008. Assim, qualquer informação a respeito demandará acesso a arquivos físicos da época pelos respectivos orientadores responsáveis. Quanto aos cursos de doutorado e pós-doutorado, realizados com outras instituições educacionais, cabe a estas prestar eventuais esclarecimentos e não à FGV, para quem o Prof. Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação. Da mesma forma, não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição”, disse a instituição, em nota.
A informação pode fazer com que o ministro nomeado da Educação deixe o governo ainda nesta terça-feira (30). Decotelli já teve doutorado e pós-doutorado questionados por universidades estrangeiras e é acusado de plágio no mestrado. A intenção do governo é a de que ele faça uma carta de demissão, enquanto o Planalto procura nomes para substituí-lo.
Nesta segunda (29), o presidente chamou Decotelli para uma conversa e postou nas redes sociais que o economista estava sendo vítima de críticas para desmoralizá-lo. “O Sr. Decotelli não pretende ser um problema para a sua pasta, bem como, está ciente de seu equívoco”, declarou. Decotelli saiu da reunião dizendo que ainda era o ministro da Educação.
Bolsonaro deve reavaliar alguns dos indicados com que ele já se encontrou na semana passada, como Marcus Vinícius Rodrigues, que foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) na gestão de Ricardo Velez. Ele é engenheiro e ligado ao mesmo grupo militar de Decotelli. Rodrigues deixou o Inep depois de desentendimento com o grupo ligado a Olavo de Carvalho.
Também estiveram com o presidente o ex-pró-reitor da FGV Antonio Freitas, também indicado pelo mesmo grupo militar, e o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder.
*Com Estadão Conteúdo