A fumaça registrada em Curitiba nesta segunda-feira (14) é causada pelas queimadas no Pantanal e também por focos de incêndio no próprio estado, segundo o Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná). Os incêndios no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que declarou situação de emergência, cresceram 210% neste ano, conforme relatório do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O meteorologista Samuel Braun disse ao Paraná Portal que o vento carrega o ar dos estados do Centro-Oeste em direção ao Sul do país. “O vento predominante em níveis médios da atmosfera, de dois quilômetros para cima, favorece o transporte dessa fumaça até o Paraná”, diz ele.
Contudo, segundo o especialista, esse vento está em níveis altos da atmosfera e há vários focos de incêndio no próprio Estado que contribuem para a sensação da fumaça. Ontem, por exemplo, foi registrado uma queimada Parque Estadual Serra da Baitaca, na região metropolitana de Curitiba. Portanto, o cheiro de queimado, por exemplo, não é necessariamente resultado das queimadas no Pantanal.
Além disso, Curitiba não é a cidade mais prejudicada com o tempo seco e o céu acinzentado. “Na capital e no litoral também há estimativa da presença de algum poluente, mas a concentração maior acontece no interior do Paraná. Tem vários focos [de incêndio] nessa tarde na região Centro-Sul, Centro-Oeste, Norte e até mesmo a Região Metropolitana de Curitiba e nos Campos Gerais. Dependendo da condição do vento, é bastante comum que essa fumaça seja levada de um local para o outro”, completa Braun.

Além da fumaça, Curitiba também deve sofrer alterações no tempo por causa de um ciclone bomba formado no oceano. Apesar do vento estimado ser mais alto no litoral do Paraná, a capital deve ter uma queda brusca nas temperaturas de hoje para amanhã. Os termômetros devem marcar entre 8º C e 19ºC nesta terça-feira (15) após chegar a 30ºC hoje.
INCÊNDIOS NO PANTANAL
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) publicou um relatório hoje em que aponta que os incêndios na área do Pantanal aumentaram 210% neste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme o jornal “Correio Braziliense”, entre 1º de janeiro e 12 de setembro, o número de focos de calor chegou a 14.489 – contra 4.660 em 2019.
O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), decretou situação de emergência ambiental. Pelo menos 79 cidades e 1,4 milhão de hectares já foram atingidos pelas queimadas.