A 74ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada nesta quinta-feira (10) para cumprir 25 mandados pela investigação de um esquema de fraude em operações de câmbio comercial contratadas pelas Petrobras. Denominada de ‘Sovrapprezzo’, a ação é um desdobramento da 61ª fase, chamada de ‘Disfarces da Manon’.
Os mandados de busca e apreensão serão cumpridos em três cidades: São Paulo (6), Teresópolis (3) e Rio de Janeiro (16). Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de ativos financeiros dos investigados em contas no Brasil e no exterior, até o limite de R$ 97 milhões.
PREJUÍZO AOS COFRES PÚBLICOS PODE CHEGAR A US$ 18 MILHÕES
A operação ‘Sovrapprezzo’, da Lava Jato, tem objetivo de aprofundar as investigações de um esquema de prováveis fraudes em operações de câmbio comercial contratadas pela Petrobras com um banco situado em São Paulo. De acordo com a PF (Polícia Federal), as transações de compra e venda de moeda estrangeira totalizariam mais de R$ 7 bilhões no período entre 2008 e 2011, além de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O esquema consistiria em sobretaxar as operações acima dos valores de mercado para inflar o lucro do banco, mediante possível pagamento de propina para operadores da empresa, que eram divididos com empregados da instituição financeira, paga em troca do direcionamento dos negócios cambiais para o referido banco. Estima-se que o prejuízo para os cofres públicos pode chegar a mais US$ 18 milhões.
As investigações visam ainda a comprovar a prática de lavagem de dinheiro porventura praticadas pelos investigados, seja através de movimentação de valores no Brasil e no exterior, mediante o uso de off shores, subfaturamento na aquisição de imóveis e negócios, interposição de pessoas em movimentações de capitais, utilização de contratos fictícios de prestação de serviços firmados entre o banco e empresas dos colaboradores envolvidos, assim como o grau do vínculo associativo mantido por todos.
O nome da operação, ‘Sovrapprezzo’, faz referência a palavra sobrepreço em língua italiana. As ordens foram determinadas pelo juiz Luiz Antônio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba e as penas relativas aos crimes investigados podem chegar a soma total de 38 anos de reclusão.