Promotoria emitiu recomendação administrativa aos comandos da Polícia Militar e da Polícia Ambiental na segunda-feira (17). Unidade é objeto de investigação de operação que prendeu policiais ambientais, empresário e proprietários rurais. Construção de posto da Polícia Ambiental em São Sebastião da Amoreira é objeto de investigação do Gaeco
Alberto D’Angele/RPC
O posto da Polícia Militar Ambiental em São Sebastião da Amoreira, no norte do Paraná, pode ser fechado nos próximos dias.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) emitiu uma recomendação administrativa, na segunda-feira (17), direcionada aos comandos da Polícia Militar e da Polícia Ambiental para que deixem de manter a estrutura que, segundo as investigações, foi construída ilegalmente.
Os comandos têm dez dias para se manifestar. Conforme o MP-PR, caso a recomendação não seja cumprida, outras medidas judiciais podem ser tomadas.
O documento foi emitido no âmbito da operação Cachoeira, que investiga policiais militares, proprietários rurais e empresários envolvidos em um esquema de pagamento de propina em troca da realização de segurança privada.
No dia 7 de agosto, os proprietários rurais e empresários foram denunciados por associação criminosa armada e corrupção ativa.
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O MP-PR afirma que os policiais militares ambientais lotados no posto de São Sebastião da Amoreira recebiam vantagens indevidas para, além de garantir a segurança, também permitir a realização de crimes ambientais.
Posto irregular
O posto da Polícia Militar Ambiental de São Sebastião da Amoreira fica na PR-218 e foi construído dentro de uma propriedade de um dos investigados, na Fazenda Cachoeira.
As investigações do MP-PR detalham que o posto foi ativado em uma área da fazenda em 2012 sem a realização de estudos ou pareceres estratégicos que justificassem a instalação do pelotão no local.
A promotoria também alega que os militares investigados foram lotado no pelotão da Polícia Ambiental de São Sebastião da Amoreira desde 2012 para favorecer o grupo e interesses particulares de cada membro.
Na recomendação, o MP-PR afirma que não há interesse público para que o posto continue funcionando.
A cidade de São Sebastião da Amoreira não está localizada em uma área natural protegida, não há unidade de conservação que justifique a continuidade das atividades do posto.
A recomendação pontua que a cobertura vegetal nativa foi degradada, existindo apenas atividades agropecuárias na região.
O MP-PR também justifica na recomendação que outras regiões do Paraná, onde existem importantes unidades de conservação, áreas de mata nativa conservadas, não têm postos da Polícia Ambiental.
Enquanto a desativação não ocorre, o MP-PR recomendou que apenas um policial militar fique de plantão no posto até a entrega do imóvel ser feita de forma legal.
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