O retorno às salas de aula pode ser considerado seguro se for realizado em um contexto no qual a transmissão local do novo coronavírus seja baixa, afirmou nesta quarta-feira, 19, a Organização Mundial da Saúde (OMS). “O mais importante para voltar à escola é que a doença seja reduzida na comunidade. Se a transmissão for baixa na comunidade, se a vigilância epidemiológica, o rastreamento de contatos e o saneamento forem bons, as escolas podem reabrir”, disse o diretor das Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan.
As escolas começaram a reabrir em alguns países europeus e o ano letivo será totalmente retomado neste continente e na América do Norte nas próximas semanas, apesar da pandemia da Covid-19 não ter sido controlada. Em diálogo com os internautas por meio das redes sociais e diante dos inúmeros questionamentos sobre se todas as crianças deveriam ser testadas para o coronavírus, Ryan afirmou que tal medida “não é central” na estratégia para impedir a circulação do vírus. “Todas as crianças podem ser testadas, mas se o teste for negativo, isso não significa que a mesma pessoa não possa ser positiva alguns dias depois, especialmente se tiver sido exposta recentemente ao vírus”, explicou.
Por isso, o diretor da OMS afirmou que “voltar às aulas em contextos de transmissão intensa (do vírus) na comunidade é muito difícil” e acrescentou que mesmo em locais com relativamente poucos casos “é preciso cautela”. Ryan elogiou as ideias inovadoras de alguns países no início do ano letivo para impedir a circulação do coronavírus nas escolas, como fazer parte do aprendizado presencial e parte virtual, acompanhar as crianças às salas de aula e não permitir que circulem pela escola ou escalonar os tempos de entrada e saída. Outros exemplos citados por ele são a redução do número de professores presentes na escola no mesmo dia, a separação das mesas de trabalho e, nos casos em que isso não seja possível, o uso de máscara. Ele salientou a importância de insistir na lavagem das mãos, de que sejam colocados mais pontos de água para este fim e manter a vigilância para detectar casos suspeitos nas escolas.
*Com informações da Agência EFE