O governo do Paraná divulgou hoje (27) que pretende iniciar os testes com a vacina da covid-19, produzida na Rússia, em 45 dias. A expectativa é que 10 mil pessoas sejam testados inicialmente, com prioridade aos profissionais da Saúde.
O cronograma da administração estadual é que o protocolo de validação para a fase 3 de estudos clínicos seja submetido nos próximos 30 dias. Com a autorização por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os testes serão iniciados a partir da metade de outubro.
Para ajustar os termos desse protocolo, o chefe da Casa Civil, Guto Silva, e o presidente do Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná), Jorge Callado, estiveram em reunião com o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, na manhã desta quinta-feira, em Brasília. No período da tarde, os dois representantes do governo estadual estiveram com o embaixador russo no Brasil, Sergey Akopov.
De acordo com Callado, o laboratório russo já enviou todas as informações sobre a vacina, que estão protegidas pelo termo de confidencialidade no acordo já. “Todas essas informações serão submetidas à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e à Anvisa”, disse o presidente do Tecpar.
“Nossa prioridade é aprovar os estudos clínicos no Brasil. Estamos trabalhando nisso com muito cuidado, transparência e dentro de todos os parâmetros científicos exigidos”, completou Guto Silva.
O governador Ratinho Junior não participou dos encontros porque recebeu o presidente Jair Bolsonaro em Foz do Iguaçu.
PARANÁ E RÚSSIA FIZERAM ACORDO POR VACINA HÁ DUAS SEMANAS
O Paraná e a Rússia firmaram um contrato sobre os estudos da Sputnik V, a vacina russa contra a covid-19, no último dia 12, um dia após o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar o primeiro registro de vacina do mundo.
O memorando determinou a parceria entre o Tecpar e o Instituto Gamaleya, de Moscou, para a cooperação técnica de testagem e a produção da vacina. Além do convênio com os russos, o governo estadual também já havia assinado um contrato com a empresa Sinopharm, da China, para avançar em outro estudo para encontrar o remédio do coronavírus.
O governo estadual sempre deixou claro a prioridade nos investimentos para a vacina, tanto que foram destinados R$ 200 milhões para a compra da eventual vacina. Metade do valor foi desembolsado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) e outra metade de um repasse dos cofres da Assembleia Legislativa do Paraná.
Na semana passada, o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), disse que a Rússia vai enviar a vacina a seus cidadãos que vivem no Brasil em outubro deste ano.
“Algo que me deixou esperançoso é que eu tenho uma vizinha russa, casada com brasileiro, que mora aqui há alguns anos. O governo russo já entrou em contato com ela dizendo que, a partir de outubro vão mandar vacina para ela e para todos os cidadãos russos que moram no Brasil. O governo russo não faria isso se a vacina não estivesse em um estágio bem avançado”, disse ele em entrevista à Rádio Bandeirantes.