Deltan Dallagnol publicou um vídeo em suas redes sociais nesta terça-feira (1) sobre a saída do comando da Lava Jato no Paraná. O MPF (Ministério Público Federal) confirmou que o procurador Alessandro José Fernandes de Oliveira assumirá como coordenador da força-tarefa em Curitiba.
“Essa é uma decisão difícil, mas estou muito seguro que é a decisão certa e que eu quero tomar como pai. Depois de anos de dedicação intensa à Lava Jato, agora é hora de eu me dedicar para a minha família”, disse Deltan.
“Não é uma despedida. Vou priorizar minha família neste momento, mas seguirei lutando contra a corrupção como procurador e cidadão”, completou antes de elogiar Alessandro de Oliveira, quem classificou como “competente e colaborador” da operação.
Oficialmente a saída de Deltan é motivada por problemas de saúde da filha. Ele revelou que, ao lado da esposa, procurou médicos após perceber alguns retrocessos na criança que está com ano e 10 meses.
“Ela teve uma série de sinais de regressão no desenvolvimento. Por exemplo, ela parou de falar algumas palavras que ela já falava, deixou de olhar pra gente quando chamada e passou a parar de olhar nos nossos rostos e olhos”, explicou o procurador.
Ainda não há diagnóstico, mas a família recebeu recomendações de especialistas sobre terapias e tratamentos a serem feitos. Por essa preocupação com o tratamento, o procurador optou em deixar a Lava Jato.
“Os médicos já levantaram algumas suspeitas e nossa filha está passando por uma série de exames e acompanhamentos para um diagnóstico que ainda vai demorar nove semanas”, completou.
FORÇA-TAREFA DA LAVA JATO PRECISA DE APOIO, DEFENDE DELTAN
“Não deixe de apoiar a Lava Jato. A força-tarefa tem muito o que fazer e precisa do seu suporte”, pediu Deltan Dallagnol no vídeo.
A frase dita pelo procurador reflete na apreensão da operação nas vésperas da decisão da PGR (Procuradoria-Geral da República). Até o próximo dia 9, o procurador-geral Augusto Aras decidirá se mantém os trabalhos da Lava Jato ou se extingue o
A decisão se dá após as batalhas públicas entre Aras e a Lava Jato. Em julho, o procurador-geral da República disse que a operação é uma “caixa de segredos” e que possui dados de 38 mil pessoas.
Em resposta, Deltan disse que Aras fez suposições sobre a Lava Jato sem base na realidade e que o diálogo teria resolvido grande parte dos problemas.
Atualmente, 14 procuradores e 30 servidores públicos atuam na força-tarefa em Curitiba.