Algumas vítimas que sobreviveram ao trágico acidente na BR-277, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, no dia 02 de agosto, foram ouvidas pela polícia nesta segunda-feira (15).
Elas falaram sobre a falta visibilidade na rodovia e apontaram essa situação como o principal motivo pela tragédia que deixou oito pessoas mortas e mais de 20 feridas.
Mais de um mês depois o inquérito policial continua em andamento e mais de 60 pessoas já foram ouvidas, entre autoridades policiais, funcionários da concessionária que administra a rodovia, vítimas e moradores da região.
De acordo com o delegado Fábio Machado, responsável pelas investigações do acidente, algumas pessoas apresentaram fotos e vídeos que mostraram que a fumaça já estava sobre a pista horas antes do acidente acontecer e que não haviam viaturas da concessionária fazendo a sinalização do local.
“Nós ouvimos duas pessoas que moram no sentido oposto ao do incêndio, elas nos relataram que o incêndio estava muito grande e a fumaça saia de um lado da BR, atravessava a rodovia e chegava até a casa delas. Nos forneceram, inclusive, fotografias que mostram que mais de um quilômetro o incêndio era visível”, explicou o delegado.
Segundo Fábio Machado, a falta de visibilidade na rodovia é que gerou o engavetamento. Para o delegado, os laudos quem devem apontar as causas do acidente e possíveis responsabilidades, devem ser finalizados nos próximos dias.
“Estamos também com a participação da PM, do Corpo de Bombeiros, que nos forneceram informações a respeito do atendimento. Todo esse cruzamento de dados e análise de como a ocorrência foi atendida é muito importante para visualizar se houve falha nessa cadeia de serviços prestados entre os diversos órgãos”, contou.
Por fim, Fábio Machado frisou a importância de vítimas e testemunhas do acidente prestarem depoimento na delegacia, pois, só assim, será possível, de fato, concluir as investigações.
“Iremos começar a análise de documentos, acredito que em 30 dias essa análise esteja completa. O que nós pedimos é que pessoas que sobreviveram ao acidente e comparecem à delegacia e serão ouvidas com prioridade, precisamos muito da outiva dessas pessoas que são vítimas desse acidente.”