IBGE: 380 mil empresas demitiram funcionários na 1ª quinzena de julho

Os efeitos negativos da pandemia do coronavírus para a economia brasileira continuando aumentando. Ao todo, 380 mil empresas reduziram a quantidade de empregados em relação na quinzena do mês de julho, sendo que 70,8% delas diminuíram em até 25% o quadro de pessoal. Os dados são da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, que integram as Estatísticas Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados nesta terça-feira, 18. Segundo o estudo, 80,7% das empresas em funcionamento, o equivalente a 2,2 milhões de companhias, mantiveram o número de funcionários na primeira quinzena de julho em relação à quinzena anterior. Uma fatia de 13,5%, que representa cerca de 380 mil companhias, indicaram demissões, e 5,3% aumentaram o número de empregados.

Na primeira quinzena de julho, 47,4% das empresas em funcionamento não tiveram alteração significativa na sua capacidade de fabricar produtos ou atender clientes, mas 41,2% relataram dificuldades, enquanto 11,3% registraram facilidades. Quanto ao acesso aos fornecedores, 51,8% não perceberam alteração significativa, mas 38,6% tiveram dificuldades. Cerca de 47,3% das companhias em funcionamento reportaram ainda dificuldades em realizar pagamentos de rotina na primeira quinzena de julho, enquanto 46,3% consideraram que não houve alteração significativa. Uma fatia de 32,0% das empresas declarou ter alterado o método de entrega de seus produtos ou serviços, enquanto 18,0% lançaram ou passaram a comercializar novos produtos ou serviços na primeira quinzena de julho.

Entre as ações adotadas para atenuar os efeitos da pandemia do novo coronavírus nos negócios, 86,7% das empresas declararam ter implementado ações de prevenção e manutenção de medidas extras de higiene. Além disso, 38,7% mantiveram funcionários em trabalho domiciliar e 22,4% anteciparam férias dos empregados. Entre as companhias em atividade, 37,6% adiaram o pagamento de impostos e 12,8% conseguiram uma linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial. Na primeira quinzena de julho, 34,8% das empresas afirmaram que foram apoiadas pela autoridade governamental na adoção de medidas emergenciais contra a pandemia, contra uma fatia de 39,2% das companhias na quinzena anterior. Essa percepção de apoio dos governos foi mais elevada entre as companhias que adiaram o pagamento de impostos (65,4% delas) e entre as que conseguiram linhas de crédito para o pagamento da folha salarial (80,6%).

*Com Estadão Conteúdo

By Victoria Poletti

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