O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a manutenção do veto a reajustes de servidores públicos envolvidos na pandemia de Covid-19 é fundamental para garantir investimentos em outros setores. O veto foi mantido nesta quinta-feira (20) pelos deputados, em sessão do Congresso Nacional.
“O governo tem orçamento limitado, e essa decisão impacta todos os orçamentos daqui para frente. Manter o veto vai gerar um espaço fiscal para mais investimento em educação e saúde e que permitirá, portanto, atender à nossa população”, disse Barros.
O governo agiu para evitar uma derrota na Câmara, já que ontem os senadores votaram pela derrubada do veto. Ricardo Barros destacou que foi possível criar entre os deputados um clima de esclarecimento para manter o veto e proibir o reajuste, que poderia contemplar servidores dos estados e municípios (civis e militares) diretamente envolvidos no combate à pandemia e também integrantes das Forças Armadas.
A suspensão de reajustes até 2021 foi exigida pelo Poder Executivo em troca do socorro financeiro de R$ 125 bilhões aos entes federativos em razão da Covid-19.
Apoio à decisão
A manutenção do veto também foi celebrada pelo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO).
Para o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), a decisão demonstra um compromisso com o pagamento dos salários no futuro. “Derrubar o veto poderia parecer uma decisão a favor dos servidores, mas não é. É criar uma enorme instabilidade na nossa economia, que precisa de um ambiente sadio para retomada”, disse.
Ramos afirmou ainda que o aumento de gastos poderia comprometer o programa de renda mínima discutido pelo governo para substituir o auxílio emergencial.
O líder do PSL, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), destacou que a bancada foi pressionada por representantes de militares, mas que o momento pede a manutenção do veto. “A nossa realidade é de um país com 8,9 milhões de desempregados a mais do que já tínhamos no pré-coronavírus, que já era um número absurdo frente ao mundo inteiro: 9 milhões de trabalhadores tiveram os seus salários reduzidos durante a pandemia, 700 mil empresas quebradas no País”, afirmou.
Líder da Maioria, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) disse que um estado quebrado não pode pagar servidores públicos em dia, como o que ocorre atualmente. “Não existe respeito ao servidor público com estado quebrado”, declarou.
Para o líder do MDB, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), a prioridade é ter uma agenda de recuperação da economia, e não criar novos gastos. “Nós temos que ter uma agenda de recuperação da nossa economia pós-pandemia: reforma tributária, reforma administrativa e outras leis que possam fazer com que o Brasil se recupere mais rapidamente dos efeitos da pandemia, para gerar emprego e renda”, disse. (Agência Câmara de Notícias).