SP é o primeiro Estado a aprovar novo currículo para o Ensino Médio

O Estado de São Paulo foi o primeiro a aprovar o novo currículo para o Ensino Médio. Serão 12 opções de cursos e caberá ao aluno escolher as disciplinas que ele mesmo se identifica. De acordo com o governador João Doria, esse novo modelo dialoga com a realidade atual da juventude, os prepara para viver em sociedade e enfrentar os desafios de um mercado de trabalho dinâmico. As normas serão implementadas de forma gradual a partir de 2021 na 1ª série do Ensino Médio – antigo 1º ano do colegial.

De acordo com o secretário estadual da Educação, Rossieli Soraes, a reforma do Ensino Médio era uma vontade dos estudantes e também dos professores. Durante a pandemia foram realizados 6 mil seminários com mais de 70 mil profissionais e o documento foi construído coletivamente com base em consulta pública com quase 100 mil pessoas. Ainda segundo Rossieli, todos os componentes curriculares serão mantidos na formação geral básica e terão aprofundamento nos Itinerários Formativos escolhido por cada estudante.

Novo currículo dá autonomia

O currículo do ensino médio paulista está estruturado em 3.150 horas, distribuídas em um período de três anos. Do montante total da carga horária, 1.800 horas são destinadas à formação básica e o restante, 1.350 horas, é referente aos itinerários formativos. Estes itinerários terão mais do que a carga mínima prevista na legislação, que é de 3 mil horas. Na formação geral básica, os estudantes terão os componentes curriculares divididos em áreas de conhecimento como linguagens e suas tecnologias (língua portuguesa, artes, educação física e língua estrangeira); matemática; ciências humanas e sociais aplicadas (história, geografia, filosofia e sociologia); e ciências da natureza e suas tecnologias (biologia, química e física).

Na carga horária referente aos itinerários formativos, o estudante precisa escolher uma ou duas áreas de conhecimento da formação geral para aprofundar seus estudos, ou ainda, a formação técnica e profissional para se especializar. Os componentes do programa Inova Educação também farão parte dos itinerários formativos, com as disciplinas de eletivas (educação financeira, teatro, empreendedorismo), projeto de vida (aulas que ajudam o estudante na gestão do próprio tempo, na organização pessoal, no compromisso com a comunidade) e tecnologia e inovação (mídias digitais, robótica e programação). “Incluímos algo que é inovador e fundamental para o nosso país. Precisamos, desde o ensino médio, incentivar mentes para serem professores para a transformação do país. Precisamos atrair talentos, teremos itinerário formativo para incentivar também a formação de professores”, destacou Rosseli.

Formação de professores

Durante a coletiva, foi apresentada a nova coordenadora da Escola de Formação de Professores de São Paulo, Raquel Teixeira, que foi deputada federal e secretária de Educação de Goiás. Raquel enfatizou a importância dos professores. “Se havia alguma dúvida da importância do papel dos professores, essa pandemia escancarou a essencialidade desses profissionais. Assumir a escola de formação de professores num momento de profundas mudanças, é uma tarefa que assumo com enorme entusiasmo.” Raquel disse ainda sobre o desafio de treinar os professores para tantas novidades, no meio de uma pandemia: “Formação é a essência de estarmos preparados para os novos desafios. A reforma do ensino médio começa no ano que vem, por algumas escolas de forma gradual. Com o retorno presencial, poderemos avaliar o que alunos aprenderam, ou não, com ensino remoto e daremos maior apoio ao professor para o reforço e reconquista das aprendizagens perdidas”. A professora, que é formada em letras, mestre pela Universidade de Brasília (UnB) e doutora em linguística pela Universidade da Califórnia, Estados Unidos, assume a Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação Paulo Renato Costa Souza (Efape) de São Paulo.

*Com informações da Agência Brasil

By Victoria Poletti

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